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Gravuras

"GRAVURA DJANIRA DA MOTTA E SILVA OFF SET ""TRABALHADORA"". MEDIDAS: 50 X 33 CM.Djanira da Motta e Silva (Avaré, São Paulo, 1914 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1979). Pintora, desenhista, cartazista e gravadora. Pintora importante do modernismo brasileiro. Na obra de Djanira coexistem a religiosidade e a diversidade de cenas e paisagens brasileiras. Sua trajetória permite compreender a condensação de elementos apresentada em seus desenhos, pinturas e gravuras.A infância e a adolescência da artista se caracterizam pela vida simples e pelo trabalho no campo. Avaré, cidade no interior de São Paulo onde nasce, e Porto União, cidade de Santa Catarina onde cresce e trabalha na lavoura. Esses temas reaparecem em sua pintura, ofício que começa a exercer nos anos 1940. É o caso do quadro Cafezal (1952). A artista retrata aquilo que habita sua memória e o que a rodeia no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro: o cotidiano de trabalhadores, as festas de rua, as paisagens, os amigos e parentes. A expressão deste mundo insere-se no contexto artes do Brasil dos anos 1940. O início da carreira artística de Djanira coincide com a convivência com pintores modernos como Milton Dacosta (1915-1988) e Emeric Marcier (1916-1990), com quem tem aulas de pintura durante alguns meses, em 1940. Assim, sua obra possui temas caros à chamada arte primitiva ou ingênua, como as festas folclóricas, mas com elementos do modernismo: um exemplo são as padronagens, como a do quadro Costureira (1951), e as imagens sem perspectiva em que os corpos parecem colagens, como o cartaz para a peça Orfeu para Conceição (1956), que lembram os trabalhos do pintor francês Henri Matisse (1869-1954). O escritor Paulo Mendes Campos (1922-1991) nota essa ambivalência em seu trabalho e afirma que Djanira nos comunica a ingenuidade brasileira com técnica muito disciplinada1.Nos anos 1950, após temporada nos Estados Unidos, Djanira volta ao Brasil e decide viajar o país e retratar sua diversidade. Se antes as cenas representadas eram seu ambiente natural de vida e trabalho, agora a artista viaja em busca de material para sua produção. Em diversos estados brasileiros, realiza pinturas de colhedores de café, vaqueiros, mulheres no campo e na praia, índios, tecelões, oleiros e trabalhadores de usinas de cana-de-açúcar. As cenas não se restringem ao trabalho rural: há operários da indústria automobilística e mineiros, como mostram as pinturas dos anos 1960 e 1970. Seu interesse nas cenas únicas do cotidiano dos trabalhadores resulta numa pintura que transcende essa singularidade e busca o aspecto permanente do assunto2, conforme afirma o crítico José Valladares (s/d). Um vendedor de gaiolas revela uma espécie de personalidade comum a todos os outros vendedores, como se Djanira buscasse, na multiplicidade da cultura brasileira, arquétipos que se repetem.O aspecto religioso dos trabalhos de Djanira está presente desde seu primeiro desenho um Cristo (1939) feito no sanatório de São José dos Campos. Para o crítico Clarival do Prado Valladares (1918-1983), também aparece nas obras em que não há a figura de santos e outros seres celestes. Os temas prosaicos ganham transcendência plástica, levando o objeto captado para outro plano. Valladares afirma, além disso, que a dualidade da obra de Djanira, composta pela fusão entre pintura mística e pintura terrena, tem resultado que surpreende pela poesia e drama3.Notas1 CAMPOS, Paulo Mendes. Entrevista com Djanira. Manchete, Rio de Janeiro, 1974. Especial Artistas Plásticos.2 VALLADARES, José. Djanira e a Bahia. In: VALLADARES, José. Artes Maiores e Menores. Salvador: Livraria Progresso, 1957.3 VALLADARES, Clarival do Prado. A visão retrospectiva da Obra de Djanira. Texto para catálogo da exposição Djanira. Rio de Janeiro: Fundação Nacional de Arte; Museu Nacional de Belas Artes, 1976.Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural"

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Tipo: Gravuras

"GRAVURA DJANIRA DA MOTTA E SILVA OFF SET ""TRABALHADORA"". MEDIDAS: 50 X 33 CM.Djanira da Motta e Silva (Avaré, São Paulo, 1914 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1979). Pintora, desenhista, cartazista e gravadora. Pintora importante do modernismo brasileiro. Na obra de Djanira coexistem a religiosidade e a diversidade de cenas e paisagens brasileiras. Sua trajetória permite compreender a condensação de elementos apresentada em seus desenhos, pinturas e gravuras.A infância e a adolescência da artista se caracterizam pela vida simples e pelo trabalho no campo. Avaré, cidade no interior de São Paulo onde nasce, e Porto União, cidade de Santa Catarina onde cresce e trabalha na lavoura. Esses temas reaparecem em sua pintura, ofício que começa a exercer nos anos 1940. É o caso do quadro Cafezal (1952). A artista retrata aquilo que habita sua memória e o que a rodeia no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro: o cotidiano de trabalhadores, as festas de rua, as paisagens, os amigos e parentes. A expressão deste mundo insere-se no contexto artes do Brasil dos anos 1940. O início da carreira artística de Djanira coincide com a convivência com pintores modernos como Milton Dacosta (1915-1988) e Emeric Marcier (1916-1990), com quem tem aulas de pintura durante alguns meses, em 1940. Assim, sua obra possui temas caros à chamada arte primitiva ou ingênua, como as festas folclóricas, mas com elementos do modernismo: um exemplo são as padronagens, como a do quadro Costureira (1951), e as imagens sem perspectiva em que os corpos parecem colagens, como o cartaz para a peça Orfeu para Conceição (1956), que lembram os trabalhos do pintor francês Henri Matisse (1869-1954). O escritor Paulo Mendes Campos (1922-1991) nota essa ambivalência em seu trabalho e afirma que Djanira nos comunica a ingenuidade brasileira com técnica muito disciplinada1.Nos anos 1950, após temporada nos Estados Unidos, Djanira volta ao Brasil e decide viajar o país e retratar sua diversidade. Se antes as cenas representadas eram seu ambiente natural de vida e trabalho, agora a artista viaja em busca de material para sua produção. Em diversos estados brasileiros, realiza pinturas de colhedores de café, vaqueiros, mulheres no campo e na praia, índios, tecelões, oleiros e trabalhadores de usinas de cana-de-açúcar. As cenas não se restringem ao trabalho rural: há operários da indústria automobilística e mineiros, como mostram as pinturas dos anos 1960 e 1970. Seu interesse nas cenas únicas do cotidiano dos trabalhadores resulta numa pintura que transcende essa singularidade e busca o aspecto permanente do assunto2, conforme afirma o crítico José Valladares (s/d). Um vendedor de gaiolas revela uma espécie de personalidade comum a todos os outros vendedores, como se Djanira buscasse, na multiplicidade da cultura brasileira, arquétipos que se repetem.O aspecto religioso dos trabalhos de Djanira está presente desde seu primeiro desenho um Cristo (1939) feito no sanatório de São José dos Campos. Para o crítico Clarival do Prado Valladares (1918-1983), também aparece nas obras em que não há a figura de santos e outros seres celestes. Os temas prosaicos ganham transcendência plástica, levando o objeto captado para outro plano. Valladares afirma, além disso, que a dualidade da obra de Djanira, composta pela fusão entre pintura mística e pintura terrena, tem resultado que surpreende pela poesia e drama3.Notas1 CAMPOS, Paulo Mendes. Entrevista com Djanira. Manchete, Rio de Janeiro, 1974. Especial Artistas Plásticos.2 VALLADARES, José. Djanira e a Bahia. In: VALLADARES, José. Artes Maiores e Menores. Salvador: Livraria Progresso, 1957.3 VALLADARES, Clarival do Prado. A visão retrospectiva da Obra de Djanira. Texto para catálogo da exposição Djanira. Rio de Janeiro: Fundação Nacional de Arte; Museu Nacional de Belas Artes, 1976.Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural"

Informações

Lance

Termos e Condições
Condições de Pagamento
Frete e Envio
  • TERMOS E CONDIÇÕES

    1.1 Progressão dos lances, nunca inferior a 5% do anterior, e sempre em múltiplo de dez. Outro procedimento será sempre por licença do Leiloeiro; o que não cria novação.

    1.2. Em caso de litígio prevalece a palavra do Leiloeiro.

    1.3. As obras adquiridas deverão ser pagas e retiradas IMPRETERIVELMENTE em até 48 horas após o término do leilão, e serão acrescidas da comissão do Leiloeiro, (5%). Não sendo obedecido o prazo previsto, o Leiloeiro poderá dar por desfeita a venda e, por via de EXECUÇÃO JUDICIAL, cobrar sua comissão e a dos organizadores.

    1.4. As despesas com as remessas dos lotes adquiridos, caso estes não possam ser retirados, serão de inteira responsabilidade dos arrematantes. O cálculo de frete, serviços de embalagem e despacho das mercadorias deverão ser considerados como Cortesia e serão efetuados pelas Galerias e/ou Organizadores mediante prévia indicação da empresa responsável pelo transporte e respectivo pagamento dos custos de envio.

    1.5. O descumprimento destas condições pelo arrematante resultará na impossibilidade do mesmo alegar qualquer fim de direito, ficando eleito o foro do estado de São Paulo, Comarca da Capital, para dirimir qualquer incidente alusivo à arrematação.

  • CONDIÇÕES DE PAGAMENTO

    A vista com acréscimo da taxa do leiloeiro de 5%.
    Através de depósito ou transferência bancária em conta a ser enviada por e-mail após o último dia do leilão.
    Não aceitamos cartões de crédito ou débito.

  • FRETE E ENVIO

    As despesas com retirada e remessa dos lotes, são de responsabilidade dos arrematantes. Veja nas Condições de Venda do Leilão.
    Despachamos para todos os estados.